No dia 17 de fevereiro, Helena foi
arrancada dos braços de seus pais. Faleceu por não conseguir uma vaga
numa UTI Neonatal, realidade muito triste desse nosso Brasil e do
Sistema Único de Saúde.
Com dez dias de vida ela foi diagnosticada com um problema no coração.
Cardiopatia congênita, o que fazia o sangue entrar e sair rapidamente
do seu pequeno coração, havia canais que não haviam se fechado
totalmente. Foi medicada e recomendado aos pais que se ela vomitasse
toda a mamada ou tivesse dor de barriga procurassem o hospital.
Foi o que aconteceu no dia 17 de fevereiro. Quando chegaram ao hospital
Dom João Becker, Helena foi examinada e seria preciso uma cirurgia para
resolver a situação. Porém para a cirurgia era necessário uma vaga em
uma UTI Neonatal. Só que não havia vagas disponíveis.
Enquanto Tatiana cuidava da sua bebê, Giovane corria desesperadamente
contra o tempo para salvar sua filha. Buscou uma liminar na justiça
para a compra de um leito (infelizmente algo que acontece mais seguido
do que deveria no Brasil), mas quando conseguiram foi tarde demais.
Helena já havia falecido.
Não tem como descrever a dor de um casal que perde seu filho. Não existe como abandonar o luto. Helena tinha uma vida pela frente que
poderia ter se concretizado com uma vaga em uma UTI Neo Natal. Helena
cresceria e seria uma menina linda, sapeca e feliz se os exames feitos
na maternidade fossem mais profundos e diagnosticassem esse tipo de
situação. Helena entraria numa escola e escolheria uma profissão se
todos os nossos hospitais fossem bem equipados. Helena teria uma
família, um marido, filhos e quem sabe netos, se nossos postos de saúde
estivessem preparados para realizar exames mais profundos. Helena teria
uma história para contar se as emergências do nosso país não fossem
super lotadas. Mas Helena morreu. Helena não vai crescer mais. Helena
não vai dar os primeiros passos. Helena não vai dar o primeiro sorriso e
nem falar a primeira palavra. Helena morreu.
Da dor e sentimento angustiante de não poder ter feito nada além de
rezar para a boa vontade de um juiz, a boa vontade de um médico ou a boa
vontade de um hospital, nasceu uma ideia. Tatiana e Giovane resolveram
transformar a dor em algo útil. Criaram uma fanpage “Amada Helena” e
começaram a entrar em contato com outros pais que sofreram de uma perda
tão absurda e irreparável como a deles. Criaram uma petição pública on
line e buscam um milhão de assinaturas.
Tatiana se inspirou na lei da ficha limpa, que lembra de ter visto na
TV. Ela quer uma milhão de assinaturas para poder entregar para a
Presidente Dilma e exigir que nossa lei proteja as crianças e outros
pais não passem pelo sofrimento que eles passaram. Ela quer mais UTI’s
Neonatais espalhadas pelo país, com mais leitos disponíveis para que não
seja preciso ir atrás de um juiz para garantir um atendimento que está
em nossa constituição. “Todos tem direito a saúde e tratamento adequado e
de qualidade”.
O que eu quero? Quero que você leia, compartilhe, assine e ajude a
conseguir esse um milhão. Quero que você se coloque no lugar da Tatiana e
do Giovane por apenas um segundo, e tente, só tente, imaginar o
sofrimento de perder seu bebê. Talvez não seja possível, pois a dor é
imensurável.
Link para a petição: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N32754
Link para a fanpage: https://www.facebook.com/amadahelenablog?fref=ts
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